A Agepan está monitorando os possíveis impactos que o desabastecimento de combustíveis pode causar nas operações do transporte rodoviário intermunicipal de passageiros. Embora a greve de transportadores de carga não esteja provocando retenção de ônibus nas estradas, a falta do óleo diesel para reabastecimento dos veículos pode gerar dificuldade para circulação da frota regular.
No fim da manhã desta quinta-feira (24), a Cooptrapte, uma das duas cooperativas de transportadores autônomos que operam de forma complementar no transporte intermunicipal comunicou à Diretoria de Transportes da Agência que algumas linhas terão que ser paralisadas se a situação não se normalizar. “Esses micro-ônibus operam diariamente saindo de cidades do interior para Campo Grande, mas alguns já estão sem combustível na cidade de origem para fazer o deslocamento até a Capital, onde ainda há disponibilidade para abastecer”, informa o diretor da Agepan Ayrton Rodrigues. Segundo a cooperativa, que tem cerca de 22 cooperados, em algumas cidades apenas um posto de combustíveis ainda está com suprimento.
No total, são 50 autônomos no Sistema de Transporte de Passageiros, e eles ofertam o serviço de forma complementar, ou seja, os micro-ônibus são uma alternativa, mas há também ônibus regulares nessas linhas.
Empresas
O diretor da Agepan se reuniu também nesta quinta-feira com um dirigente do Rodosul – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, que representa as concessionárias das cerca de 130 linhas do serviço, e que não dependem dos postos, porque tem estruturas próprias. A informação preliminar é de que essas transportadoras ainda não estão desabastecidas e que a operação normal das linhas só está sendo afetada por atrasos, em função dos bloqueios que tornam as viagens mais demoradas. Não há suspensão ou cancelamento. O sindicato informou que o suprimento atual é suficiente para ao menos quatro ou cinco dias.
Fiscais da Agepan em cidades do Interior irão ajudar a monitorar a movimentação nos terminais rodoviários para verificar se está ocorrendo impacto na movimentação. Uma das preocupações da Agência é que tanto os autônomos quanto as empresas informem adequadamente e com a máxima antecedência possível aos passageiros sobre eventuais cancelamentos ou adiamentos de viagem, redução na disponibilidade de horários, e direitos como a de devolução do dinheiro para quem tiver a viagem suspensa.
Fretamento
Outra atenção é quanto ao transporte de fretamento feito por ônibus e micro-ônibus, especialmente o de estudantes que viajam de municípios menores para universidades em cidades polos, como na região da Grande Dourados. O diretor da Agepan acredita que esse público pode ser o primeiro a sofrer eventual impacto, pois são pequenas empresas que fazem o serviço, com apenas um veículo, e que não têm abastecimento próprio. “São pelo menos 200 ônibus operando esse serviço diariamente, e que podem sentir primeiro o impacto da falta do combustível nos postos do Interior”, alerta o dirigente da Agepan.