Campo Grande (MS) – Utilizar um transporte intermunicipal clandestino pode causar ao passageiro problema que vai além do risco de ‘ficar a pé’, ter a viagem interrompida e não chegar ao destino. Na tentativa de fugir da fiscalização, transportadores ilegais chegam a colocar em risco a segurança do usuário.
O alerta é da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), que na tarde de ontem (18/2) fez um flagrante como esse, durante a operação de combate ao transporte clandestino na rota Sidrolândia-Campo Grande. Um veículo com três passageiros fez manobra perigosa de retorno na estrada e entrou no pátio de uma indústria ao avistar a equipe de fiscalização. O automóvel foi autuado, apreendido e recolhido ao Detran.
O caso ocorreu no fim da tarde, período em que foi identificado intenso movimento de carros particulares vindos de Sidrolândia executando ilegalmente o transporte remunerado de passageiros. As fiscalizações estratégicas têm acontecido em diferentes locais e horários, para coibir as tentativas de burlar as operações.
O automóvel Siena, placa HRG 3576, já monitorado por flagrantes em outras ocasiões, foi surpreendido e, ao avistar ao longe a fiscalização, o motorista fez uma arriscada manobra de retorno na BR-060, antes de chegar ao trevo do anel viário. Uma segunda equipe de fiscalização atuava no sentido contrário e iria fazer a abordagem, quando o motorista decidiu abandonar a estrada e entrar no pátio de um frigorífico.
Policiais do batalhão da PM que atuam em parceria com a fiscalização da agência reguladora fizeram a perseguição e auxiliaram na apreensão do veículo. Quatro passageiros confirmaram que estavam viajando ao custo de R$ 20,00 cada um. Esse mesmo automóvel havia sido apreendido em 2015, também durante uma tentativa de fuga do flagrante de transporte ilegal.
“Infelizmente, essa é uma realidade a que o passageiro que aceita o transporte irregular está sujeito. O condutor clandestino sabe que está atuando ilegalmente, então já dirige sob tensão e estresse, e muitas vezes toma medidas que colocam em risco os passageiros no carro e também outros motoristas e demais usuários da rodovia, como foi o caso desse flagrante”, alerta o diretor de Normatização e Fiscalização da Agepan, Ayrton Rodrigues.
A equipe da Agepan auxiliou os passageiros que tinham compromisso com atendimento de saúde, para que não perdessem atendimento. No entanto, nem sempre é possível prestar esse auxílio, e a agência alerta que perder o dinheiro cobrado a título de “passagem” e ainda ficar sem o transporte é um risco que o usuário assume ao aceitar o serviço clandestino. “Por isso é muito importante o passageiro lembrar que o transporte seguro é o transporte regularizado, que tem autorização e todas as garantias e coberturas para a viagem”, reforça Rodrigues.
Mais uma apreensão
Durante a remoção do primeiro veículo para o Detran, os fiscais flagraram um embarque de passageiros por outro clandestino, um veículo Fiat Uno, na mesma região, na Avenida Günter Hans. De placa NRQ 4376, o motorista também tentou fugir do flagrante, mas foi alcançado, autuado, multado e teve o carro apreendido, porque foi constatada a infração. Ele cobrava “passagem” de R$ 20,00 de cada um dos viajantes.