O projeto de reativação da Usina Termelétrica William Arjona, instalada no Distrito Imbirussu, em Campo Grande, avança, com previsão de início das operações em junho deste ano. Executivos do Grupo Delta Energia, que assumiu o empreendimento, informaram hoje (22) em reunião com a direção da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos – Agepan que estão em andamento as tratativas com a Petrobras, a transportadora TBG e a distribuidora MSGás para solucionar todos os trâmites necessários ao funcionamento. A unidade geradora, antes pertencente a outro grupo, ficou parada por quatro anos.
Para disponibilizar no sistema interligado nacional a energia elétrica que vai ser gerada, também estão em andamento as negociações com a Energisa MS e o ONS (Operador Nacional do Sistema).
Na Agepan, os executivos buscaram informações regulatórias, considerando que serão clientes do insumo gás natural, cuja distribuição feita no estado pela MSGás é fiscalizada pela Agência. “Acreditamos no Mato Grosso do Sul, vemos que o estado favorece o investimento privado e então resolvemos investir na geração”, afirmou Ricardo Lisboa, sócio fundador da Delta. A posição reforça a intenção manifestada já em 2019 em reunião com o governador Reinaldo Azambuja, quando o grupo adquiriu a usina. Ele disse que a meta ambiciosa é de reativar a usina em junho, contanto com 50 funcionários somente na área de operação. Esse é o primeiro investimento em geração do Grupo, que tem outros negócios no estado. “E esperamos com o resultado desse investimento fazer outros”.
“A Agência reguladora quer promover o equilíbrio na relação de consumo de usuários e prestadores de serviço e auxiliar no desenvolvimento do Estado. O que for necessário no que diz respeito a adequação das questões regulatórias buscaremos fazer”, assegurou o diretor-presidente, Carlos Alberto de Assis.
Acompanhado do Diretor de Gás e Energia, Valter Allmeida da Silva, e do coordenador da Câmara Técnica de Energia, Paulo Patrício da Silva, Assis apresentou um panorama do trabalho da Agepan e dos regulamentos vigentes. A Portaria nº 103, que estabelece as Condições Gerais para a Prestação de Serviço de Distribuição de Gás Canalizado a Consumidor Livre, deverá, inclusive, passar por revisão, trazendo modernidade ao processo. “É uma norma de 2013, que servia à realidade daquele momento, agora é preciso revisar e adequar ao cenário trazido pela nova Lei do Gás, que busca a formação de um mercado aberto, dinâmico e competitivo”, explicou o diretor Valter.
O modelo de funcionamento da nova William Arjona requer a classificação como consumidor independente e não cativo do gás natural porque a usina não ficará gerando energia permanentemente. A unidade será ativada pontualmente, conforme necessidade do sistema elétrico e de acordo com a viabilidade do custo da geração para o sistema nacional como um todo naquele determinado momento.
Também participaram da reunião na Agepan os diretores da Delta Luiz Fernando Vianna, Guy Ishikawa, Marcos Moraes e Marconi de Araújo.